TERNURA - Corações que fluem juntos: a magia do amor sênior
TERNURA - Corações que fluem juntos: a magia do amor sênior
Data de Publicação: 12 de abril de 2025 20:21:00 Na correria urbana, a delicadeza do amor se revela em cada esquina, transformando o cotidiano em poesia. Mesmo em meio à agitação, pequenos gestos e conexões significativas podem tocar nossos corações, mostrando que o amor floresce em qualquer fase da vida. Essa visão nos convida a valorizar os momentos simples que, juntos, tecem histórias profundas e emocionantes.
Por Antônio Oliveira
Na efervescência do cenário urbano, entre o vai e vem apressado das pessoas, podem surgir as mais delicadas cenas de amor e ternura. Elas se desenrolam não apenas entre os homens, mas também entre pássaros que dançam ao vento, e nas plantas dos canteiros que, como um sopro de vida, quebram a frieza das cidades grandes. É nesse pequeno oásis de alegria que a beleza se revela, onde o cotidiano se transforma em poesia e o amor se entrelaça com a essência da natureza. Basta ter um mínimo de sensibilidade e pureza de coração e de alma para ver, sentir, se emocionar.
Dia destes, encontrei-me no hall de entrada de uma agência bancária em Palmas, esperando pacientemente na fila para usar um caixa eletrônico. À minha frente, uma atendente do banco dedicava sua atenção a um senhor que as convenções sociais brasileiras rotulam como "velho". Contudo, em minha escolha de palavras, prefiro não chamar um idoso de velho, pois no Brasil este substantivo muitas vezes carrega um peso pejorativo, quase humilhante e, certamente, discriminatório e desrespeitoso.
É curioso refletir que o símbolo que representa os direitos dos idosos é um contorno curvado, segurando as “cadeiras”, como se a passagem do tempo tornasse todos em sombras do que foram um dia. Entretanto, muitos daqueles que alcançam os sessenta, setenta anos ou mais, ostentam uma vitalidade admirável, corpos atléticos que desafiam estereótipos. Quer a pessoa seja desgastada pelo tempo e/ou saúde, mesmo assim não deve ser tratada com respeito, sem conotação pejorativa. Chame -a de idosa.
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Imagem ilustrativa criada pela META IA por sugestão do cronista |
Salvo algumas exceções, claro, mas essa não é a regra geral. Cada ruga tem uma história, e cada momento vivido traz consigo a sabedoria que só o tempo pode oferecer. É preciso olhar além das convenções, reconhecer a riqueza da experiência e a força ainda presente, e assim, redescobrir o verdadeiro valor da vida em cada fase que se passa.
A atendente, diante da impotência de resolver o dilema daquele simpático senhor, decidiu convidá-lo a adentrar a agência para falar com um dos gerentes.
— Daqui a pouco deve chegar a minha mulher. Fale para ela que estou lá dentro — disse ele, com um brilho nos olhos e os cabelos brancos, lisos e bem penteados, testemunhas de suas vivências.
E então, com um carinho que transpôs o tempo, ele começou a descrever sua amada, como se cada palavra fosse um afago:
— Cabelos branquinhos, lisos, bem arrumados, uma blusa azul claro, calça jeans, sapatos pretos. Linda — proclamou, acompanhado de uma ternura que era quase palpável.
Minutos depois, como uma brisa suave que entra na sala, ela surgiu no hall: a senhora que ele havia descrito, elegante em seus oitenta anos. Era verdade, ela era linda. Com olhos que buscavam seu amor, explorou o ambiente em busca de sua metade de laranja.
— Minha senhora, seu marido te descreveu com tanto carinho e ternura que não poderia ser outra. Só pode ser a senhora! — disse a atendente, sentindo a magia daquele instante.
Ela, então, lançou um sorriso radiante que iluminou o ar ao seu redor e seguiu para dentro da agência, onde o amor e a cumplicidade aguardavam, eternos e vibrantes, desafiando o passar dos anos.
Amor / Cotidiano / Poesia / Idosos / Natureza / Sensibilidade / Ternura / Vida / Respeito
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